09 Dicas para precificar honorários advocatícios

09 Dicas para precificar honorários advocatícios

Como Precificar os Honorários Advocatícios

Uma dúvida costuma pairar sob muitos advogados e escritórios pelo Brasil: quanto cobrar por cada serviço advocatício? E fique tranquilo, você que é recém-formado, este não é um problema só seu! 

A precificação de serviços advocatícios gera debates entre advogados há muito tempo. A dúvida entre cobrar um valor e o cliente achar “caro demais”, ou cobrar um valor muito baixo, que não corresponde ao trabalho e tempo depositado pelo profissional, é antiga! 

Nesta postagem, iremos apresentar alguns modelos e formas que podem ajudar os profissionais e escritórios a decidir como precificar seu serviço. Então, se você ainda hesita ou sente dúvidas no momento de calcular o valor do seu serviço, estamos numa postagem para você! Pegue o caderninho para anotar conosco!

Para se ter uma ideia da complexidade do tema, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) lançou mais uma vez, em janeiro de 2021, uma campanha de valorização dos honorários advocatícios. Denominada “Valorização dos honorários. Respeito à advocacia e a você, cidadão”, a campanha visa mobilizar a advocacia nacional, em defesa de seus honorários. 

Segundo números da própria Ordem dos Advogados, somados à projeção da quantidade de habitantes no Brasil (dados IBGE), em 2023, o número de advogados no país poderá estar perto de 2 milhões. 

Para que na hora de precificar honorários advocatícios não vire um leilão para menos e um arrependimento para o profissional, é preciso atenção.

Dicas sobre Como Precificar Honorários Advocatícios

Confira a tabela da OAB

É essencial para o advogado, antes mesmo de qualquer cálculo, verificar a tabela de honorários da Ordem dos Advogados. Isso para estabelecer um preço inicial. A OAB de cada estado brasileiro, disponibiliza em seu site a tabela para ajudar o advogado. Veja aqui a tabela da Ordem dos Advogados do Estado de Minas Gerais

É importante ressaltar que a tabela deverá ser usada como referência, não necessariamente como valor final. Ela serve como comparação. Cada caso é um caso distinto!

Estar atento à tabela da OAB é de grande importância, para não desvincular muito o seu serviço ao serviço dos demais advogados, não sucatear a profissão e nem se dispor a fazer algo que custará para você, advogada ou advogado, um valor que acabaria não compensando o trabalho.

Alguns advogados iniciantes tendem a acha que, algumas causas podem ser mais simples e oferecem valores muito abaixo da tabela. Ocorre que os casos podem se complicar, exigir um tempo e energia que o advogado não esperava e criar uma celeuma entorno dos honorários. A tabela da OAB não foi criada para inflacionar o mercado, ela é simplesmente  uma base, elaborada por gente com experiência, para se ter noção de valores justos em torno de causas.

Reconheça que cada caso é um caso

Cada caso, mesmo que pareça igual, pode se diferenciar. Por isso, é preciso ouvir o que o cliente está dizendo, entender bem a complexidade do caso, calcular bem o tempo que ele vai te demandar (e aqui a dica é imaginar, pelo menos, uns 20% mais do que parece), para aí sim fazer o cálculo dos honorários. 

Também é necessário analisar as chances concretas de vitória no caso, verificar os fatos narrados pelo cliente, as provas, a adequação às leis e, claro, buscar entender o que a parte contrária está falando/cobrando.

Considere as despesas eventuais

O advogado precisa ter em mente, no momento que for finalizar o acordo com seu cliente, que as despesas eventuais, isto é, com locomoção, xerox, possíveis viagens (alimentação e hotel), também precisam estar acordadas. É como diz aquela velha expressão do nosso cotidiano, “o combinado não sai caro”.

Negocie, mas dentro de uma margem

A negociação com o cliente é um momento delicado. O advogado pode, por exemplo, pedir uma entrada ou uma participação no valor final dos honorários. A forma de pagamento também deverá constar no contrato inicial. Pode ser que o cliente precise, por exemplo, parcelar a entrada. Tudo isso deve ser bem ajustado.

O advogado necessita ter em mente que o valor cobrado na entrada é, muitas vezes um seguro, já que o cliente poderá mudar de advogado ou até desistir da causa no meio do processo. Além disso, é importante considerar também a morosidade da justiça. 

Calcule as horas trabalhadas quando for cobrar honorários advocatícios

O escritório/advogado autônomo pode também escolher uma outra “categoria” no momento de cobrar seus honorários. Trata-se do pagamento por hora trabalhada. Dessa maneira, o profissional vai cobrar um valor fixo pela hora trabalhada no caso.

É importante frisar que esta “categoria” não é a mais comum no Brasil, pelo menos não entre recém formados. Isso se deve, principalmente, pela falta de segurança que o cliente costuma ter com contratos desse tipo, quando não se conhece muito bem o trabalho e êxito do profissional ainda.  

Aprenda que nem sempre cobrar menos é a melhor estratégia

Como dito anteriormente, o número de advogados no Brasil cresce de forma “gigantesca”. Isso faz com que, muitas vezes, os profissionais brasileiros recorram ao artifício de cobrar mais barato, para conseguirem competir no mercado. 

Esse pensamento vem sendo combatido em diversas esferas de mercado. Você já leu algo sobre economia criativa? Vale pensarmos o seguinte: se alguém produz uma camiseta e vende por 30 reais, a pessoa está oferecendo uma camiseta. Se o vizinho produz uma camiseta igual e quer vender mais, ele acaba oferecendo por 20 reais. Outro vizinho, com a mesma ideia, produz camiseta idêntica e oferece a 10 reais.

O produto sempre igual, acaba deixando como único diferencial o preço, o que faz com que mercado se sucateie ao infinito. Porém, a diferença do serviço nunca pode estar apenas no preço. Na economia criativa, está na criatividade, na capacidade de criar originalidade. Na advocacia, está no cuidado, no conhecimento e, por que não, na criatividade também! 

Você, advogado, precisa ter em mente o trabalho que terá em cada caso e entender sua capacidade. Isso não significa cobrar valores exorbitantes, mas o que é justo e motivador. 

Sempre formalize através de um contrato

Sua segurança está no contrato! O fato de se ter um contrato, assinado por ambas as partes, gera o documento e evita desentendimentos.

Não apresente o preço

Não se assuste! Essa é uma tática muito utilizada no marketing. Não apresente o preço, apresente o valor. O que isso significa? Na loja de varejo, ao comprar um celular, por exemplo, antes de falar o quanto custará ao cliente, o vendedor explica todas as funcionalidades do aparelho, agregando valor ao celular. No mundo jurídico não é diferente! 

O seu cliente quer ganhar ou deixar de perder quando te procura. Mostre isso a ele e o valor cobrado por você será um investimento na hora de precificar honorários advocatícios!

Entenda qual o perfil do seu cliente antes de precificar honorários advocatícios

Aqui é importante ter em conta o perfil do cliente pelo tipo de causa e condições financeiras. Isso será muito importante, principalmente no momento das negociações. Não entenda isso como “devo cobrar mais de quem é rico”. Não mesmo! Essa avaliação serve para saber se, por exemplo, o cliente terá condições de dar uma entrada na causa, o que ele poderá pagar de custas judiciais e, se pode ou não, pagar de forma parcelada, ou se é necessário cobrar apenas no resultado do processo. 

É também recomendável considerar a situação do cliente para identificar se ele está ou não valorizando o seu trabalho com a advocacia. Isso faz toda a diferença!

Aqui a gente aproveita para deixar um ponto importante. Um trabalhador valorizado, seja ele médico, garçom, vendedor, motorista, engenheiro ou advogado, trabalha melhor.

Ou seja, no nosso caso, o advogado que se sente bem, reconhecido e respeitado, é um advogado mais motivado, mais dedicado, que pode gerar resultados muito melhores, deixando o  cliente mais tranquilo, amparado e satisfeito! Ficou nítido para você? Comente para a gente qual era a sua questão sobre precificação?

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